Previsão Climática Trimestral para Janeiro, Fevereiro e Março (JFM de 2016)

PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL PARA JANEIRO, FEVEREIRO E MARÇO DE 2016 (JFM/2016) NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE DO BRASIL

El Niño-Oscilação Sul (ENOS), ou simplesmente conhecido como El Niño, é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, e que pode afetar o clima regional e global, mudando os padrões de vento a nível mundial, e afetando assim, os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias.
Em novembro e dezembro de 2015, o fenômeno El Niño, atingiu sua maior magnitude, com valores que excederam 4°C em algumas áreas do Pacífico Equatorial Leste (área vermelha em destaque no mapa da Figura 1). O índice oceânico que caracteriza a intensidade do fenômeno El Niño elevou-o a categoria muito forte no último trimestre (SON), igualando-o ao episódio ENOS de 1997-1998, o mais intenso no registro histórico até o momento. A distribuição espacial das anomalias de precipitação que mostrou déficit pluviométrico sobre grande parte das Regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste do Brasil. Destacou-se a diminuição da área com águas superficiais anomalamente aquecidas na região subtropical do Atlântico Norte, o que contribuiu para a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) em torno de sua posição climatológica no início de dezembro, porém com fraca intensidade. Ressalta-se que este sistema é o principal responsável pela ocorrência de chuvas no norte da Região Nordeste nos meses subsequentes.

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Figura 1 – Anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Oceano Pacífico Equatorial. CPTEC/INPE

 

A previsão por consenso para o trimestre janeiro a março de 2016 (JFM/2016) indica maior probabilidade do total trimestral de chuva ocorrer na categoria abaixo da normal climatológica em grande parte das Regiões Norte e Nordeste, com distribuição de probabilidade de 20%, 30% e 50% (correspondendo às categorias acima, dentro e abaixo da faixa normal climatológica) para o nordeste do Amazonas, Roraima, Amapá centro-norte do Pará e do Maranhão; e de 25%, 35% e 40% na área que compreende o setor central do Amazonas, Tocantins, centro-norte e oeste da Bahia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e os sertões da Paraíba e Pernambuco (Ver Figura 2). É importante mencionar que a maioria dos modelos numéricos avaliados reproduziu a atual condição de El Niño,principalmente no que se refere aos resultados da previsão de anomalia de precipitação sobre a América do Sul (CPTEC/INPE).

 

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Figura 2 – Previsão de probabilidade (%) do comportamento das chuvas. Fonte: CPTEC/INPE.

 

MARANHÃO

O cenário de chuvas abaixo da climatologia para a época, ou seja, chuvas abaixo do esperado, continua sendo previsto para o primeiro trimestre do ano no Maranhão. As chuvas ocorrerão, porém mal distribuídas tanto no tempo quanto no espaço. Isso significa que pode ocorrer concentração de chuva em curtos períodos de tempo e em áreas isoladas. Vale lembrar que, chuvas rápidas também podem vir acompanhadas de trovoadas e ventos fortes, o que pode provocar transtornos principalmente em áreas urbanas. Outra característica prevista para esse trimestre, é a ocorrência de veranicos, isto é, dias consecutivos sem chuva dentro do período chuvoso. Com relação as temperaturas do ar, a tendência é de elas ocorreram acima da faixa normal climatológica.

 

Previsão por consenso elaborada pelo Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (GTPCS/MCTI), com a colaboração de meteorologistas do INMET, FUNCEME e Centros Estaduais de Meteorologia.