MONITOR DE SECAS DO MÊS DE AGOSTO DE 2018

NARRATIVA DO MONITOR DE SECAS DO MÊS DE JULHO DE 2018

Condições Meteorológicas do Mês de Agosto de 2018

O mês de agosto faz parte do final do período chuvoso do leste do Nordeste brasileiro. Climatologicamente, neste mês os volumes de chuvas nesta faixa oscilam entre 50 mm e valores acima de 200 mm, como representado na Figura 1b. No noroeste do Maranhão também são esperadas chuvas com valores acima de 50 mm. Porém, a maior parte da Região ainda se encontra no período seco, onde as precipitações esperadas são inferiores a 25 mm.

Em Agosto de 2018 (Figura 1a), os maiores volumes de chuva ocorreram em parte do litoral baiano, onde os acumulados ultrapassaram 100 mm em algumas localidades. No restante do leste do Nordeste, foram registradas apenas precipitações de fraca intensidade. Desta maneira, conforme se observa na Figura 1c, as precipitações nesta faixa ficaram significativamente abaixo da média entre Rio Grande do Norte e o recôncavo baiano, onde as reduções ultrapassaram 100 mm em alguns pontos.  No noroeste do Maranhão, e em áreas isoladas do sul da Bahia, estes déficits chegaram a 50 mm. Já o interior desta Região seguiu os padrões de agosto, com pouca ou nenhuma chuva.

A redução das chuvas nos últimos meses na Região refletiu na piora dos indicadores de seca, havendo expansão das áreas e agravamento na intensidade do quadro de seca em todos os estados da Região.

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Figura 1. Espacialização da precipitação (mm) mensal no mês de agosto na região Nordeste do Brasil (NEB): (a) precipitação acumulada; (b) climatologia; (c) anomalia de precipitação. Página de procedência da figura: http://proclima.cptec.inpe.br/~rproclima/Moni_NE/precobsclim08.gif

 

 

Síntese do Traçado do Monitor das Secas de Agosto de 2018

Em uma pré-análise, foram considerados os índices SPI e SPEI para 3, 4, 6, 12, 18 e 24 meses, com maior detalhamento para os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia em virtude de uma quantidade maior de pontos e informações que esses estados da região Nordeste do Brasil apresentam. No intuito de compensar o déficit de informações, tanto para esses estados quanto para as demais áreas do NEB, foram utilizadas, de forma ampla, os seguintes produtos de apoio: climatologia da precipitação mensal, precipitação observada, anomalia de precipitação do mês de julho (e dos meses anteriores), bem como, o índice de saúde da vegetação (VHI) e o indicador de estresse da vegetação (ESI). Com isso, áreas do NEB, onde há poucos pontos de informações, foram analisadas, além de complementar as áreas onde a densidade de informações é maior.

É necessário ressaltar que, para o traçado deste mapa, foi considerada a seca física, levando-se em conta, principalmente, os índices SPI e SPEI, de curto e longo prazo, sem analisar as informações dos reservatórios.

Ao comparar o mapa validado no mês de julho de 2018, na figura 2 (a), com o mapa validado do mês de agosto de 2018, na figura 2 (b), verificaram-se algumas mudanças no traçado geral (figura 2), tais como:

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Figura 2. Mapas do Monitor de Secas do Nordeste em 2018: (a) Julho; (b) Agosto (Mapa Validado).

 

 

No estado do Maranhão, houve expansão da área de seca moderada (S1), principalmente com relação aos impactos de curto prazo (C), com avanço para o centro e oeste do estado. Na região sudeste, a seca continua ser de curto e longo prazo (CL). Na região centro-norte, permanece uma ampla área sem seca relativa.

No Piauí, ao norte do estado, a seca fraca (S0) continua com impacto de curto prazo (C). Nas demais áreas do estado, a seca com impactos de curto e longo prazo (CL), permaneceu como seca grave (S2) ou houve expansão da área de seca extrema (S3), especialmente no sudeste e centro-norte do Estado, em virtude dos baixos índices pluviométricos e das altas temperaturas observadas ao longo do mês de agosto. O extremo norte do estado permanece sem seca relativa.

No Ceará, o mês de agosto faz parte do período de estiagem em todo o Estado. No centro e sul do Estado, permaneceu a seca de curto e longo prazo (CL), corroborando com o mês anterior. Na parte central e leste do Estado houve um leve aumento da área com seca moderada (S1); e no extremo sudoeste aumento da seca grave (S3). Ao norte, a área de seca fraca continuou neste mês, indicando ainda um impacto de curto prazo (C) nessa região. Sendo que no extremo noroeste do estado ainda permanece uma área sem seca relativa.

No Rio Grande do Norte, no litoral leste, houve expansão da seca fraca (S0), com impacto de curto prazo. Na totalidade do Agreste e em maior parte do Centro e  Oeste Potiguar ampliou-se a secas moderada (S1), com impactos de curto e longo (CL). A seca (S2) atingiu o extremo sul das regiões Oeste e Central também com impactos de curto e longo (CL).

Na Paraíba, as chuvas no litoral permaneceram abaixo da média, porém manteve a área com seca fraca (S0) de curto prazo (C). No Sertão Paraibano houve expansão da seca grave (S2) e as demais regiões (Borborema e Agreste Paraibano) apresentaram o mesmo comportamento do mês anterior com variações entre seca moderada (S1) a grave (S2), com impactos de curto e longo prazo (CL).

No estado de Pernambuco, a área de seca fraca (S0) continua na zona da mata e região metropolitana de Recife, com impacto de curto prazo (C). Nas outras áreas do estado, a seca continuou a ser de curto e de longo prazo (CL), variando de seca moderada (S1) a grave (S2) no Agreste e norte do Sertão Pernambucano e com a expansão da seca extrema (S3) a excepcional (S4) nas regiões do São Francisco e maior parte Sertão.

Em Alagoas, apesar das precipitações no mês de agosto ficar abaixo da média, houve apenas uma leve expansão na seca extrema (S3) no Sertão Alagoano, com impactos de curto e de longo prazo (CL). Nas demais regiões, não houve alterações com relação ao mês anterior, a seca permaneceu variando de fraca (S0) a extrema (S3) também com impactos de curto e longo prazo (CL).

Em Sergipe, permaneceu a seca de curto e longo prazo (CL), variando de seca fraca (S0) a seca grave (S2), em todo o sertão e agreste e uma parte do leste sergipano. Já no litoral leste permanece sem seca em toda sua extensão.

Na Bahia, todo o litoral e sul do estado permaneceram sem seca relativa, enquanto que nas outras áreas houve uma intensificação da severidade da seca, visto que se observaram anomalias negativas de precipitação para o mês agosto de 2018. Assim, houve expansão das áreas de seca extrema (S3) e seca excepcional (S4) no extremo norte do estado. Os impactos da seca permaneceram de curto e longo prazo (CL), em todas as regiões.

Para o traçado do mapa do mês de agosto, foram utilizadas as considerações feitas na reunião de autoria pelos representantes da ANA-DF, INEMA-BA, APAC-PE, FUNCEME-CE e ARESTech, realizada no dia 04/09/2018 e com a validação das seguintes instituições estaduais: AESA-PB, INEMA-BA, FUNCEME-CE, EMATER-CE, SEMARH-AL, SEMAR-PI, EMPARN-RN, EMATER-RN, IGARN-RN, SEMARH-SE e LABMET/NUGEO/UEMA-MA.

 

 

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